GUEDES MEDE OS SERVIDORES COM A SUA RÉGUA

Nem mesmo uma grave pandemia, que já matou milhares de pessoas no Brasil, torna um pouco mais humano o ministro da Economia de Bolsonaro.

Guedes sente desprezo por quem trabalha e empatia profunda pelos parasitas do mercado financeiro, com os quais bebe, almoça e janta, em tempos normais; e conversa em webinars, em tempos de pandemia.

Ao invés de adotar e acelerar medidas para proteger e apoiar os milhões que estão perdendo o emprego com a crise, Guedes prefere descarregar a sua desumanidade contra os servidores, seus alvos preferenciais.

Guedes, aliás, é o grande responsável (ou irresponsável) pelas políticas econômicas anteriores que potencializaram os efeitos da pandemia, uma vez que a Covid-19 emergiu num momento em que a economia brasileira estava paralisada e o dólar já se achava em disparada.

Todos os principais países do mundo estão aumentando o gasto social e fortalecendo o Estado para proteger vidas, manter empregos e sair da pandemia com capacidade para retomar o crescimento econômico.

Todos os principais economistas – à direita, ao centro e à esquerda – defendem que as geladeiras dos mais vulneráveis sejam abastecidas. Guedes, ao contrário, faz pouco caso do desemprego e das geladeiras vazias, e opera dia e noite para garantir o rega-bofe dos endinheirados.

Guedes detesta a ideia de público. Agarrou-se no ministério da Economia qual um parasita que vê o Estado como um mero hospedeiro de onde extrai os ganhos seus e de sua turma.

O ministro tem uma imagem dos servidores públicos que nada diz sobre estes, mas diz tudo sobre si próprio, que fez fortuna sem produzir um prego, sem atender a uma pessoa na fila de um posto de saúde ou sem lavrar um auto de infração contra um fora-da-lei.

É, a bem da verdade, a turma das lives de Guedes que fica trancada em casa com a geladeira cheia assistindo à crise, enquanto milhões de brasileiros perdem o emprego, sob o olhar obsequioso de um ministro insensível e omisso.

Charles Alcantara
Presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital – FENAFISCO